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A talisman to have, to rub, to open, to
close.
The box is a small universe that
reminds words
on a box.”
O Hélio Oiticica também fez um poema sobre os
pocket stuffs
, mas apenas
o texto da Marlissa Simons foi incluído na tiragem de 100 exemplares que
realizei em 1967. Infelizmente, a maioria foi destruída num incêndio em
Nova York. Por sorte, sobreviveram 40 exemplares vendidos anteriormen-
te. Essas “coisas de bolso” continham diversas caixas.
Podemos considerá-Ias como objetos, ou melhor, palavras-objetos.
Havia um cubo preto escrito “
white
” e também um cubo branco escrito
“
black
”. Além de outras, como: “
sea salt
” (caixa contendo sal e areia); “
sky
”
(com nuvem de algodão); “
men
” (três cubos pretos, um para cada letra);
“
color
” (retângulo com cilindros de cores); “
sun
” (caixa amarela, contendo
um círculo de acrílico amarelo e areia); “
blood
” (caixa transparente conten-
do um círculo vermelho, como uma gota de sangue); “
herb
” (caixa transpa-
rente cheia de erva - e não era maconha).
A arte, principalmente na década dos anos 70, sai da clausura, de seu
isolamento como expressão plástica, e por meio dos
happenings
começam
suas fusões com a música, com o cinema, com a fotografia e com as artes
cênicas. E você sempre se procurou integrar às diversas expressões.
A gente usou e ousou com tudo. Mesmo nos próprios vídeos, os primeiros
fiz com Lygia Clark, Hélio Oiticica e Antonio Dias. Muitos se perderam, mas
temos alguns que estão preservados. Todos usaram e abusaram do supe-
roito. Como alguém disse naquela época, era “o dedo que vê”.
Na verdade vocês tinham uma grande avidez por todas as transformações
tecnológicas, o mundo se transformava, criava-se uma nova imagem.
Antes de ser amigos dos pintores e ir para a Escola de Belas Artes, eu tinha