17
CIDADE MARAVILHOSA
A cidade se abre como um jornal:
flash flã flagrante
na folha que o vento leva
no grito impresso que voa
na voz
com a manchete
LUTE NO AR
No ar
ou no exíguo espaço
que nos resta
no chão
das casas de morar
nos ônibus superlotados
nos estádios cheios
o homem que
– todo o dia –
veste a camisa da estrela solitária
e desaparece
– para sempre –
lutando contra o esquecimento.
Como um jornal que escreve
em cada página
a crise e o crime de toda hora
como um jornal que embrulha
o que
diariamente
esquecemos