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Ali estão todos
na primeira página quebrada
dos espelhos.
Aqui, perdido, me acho
em cada qual
me vejo
na multidão espatifada.
Ali encontro a linha
o começo do desenho
o rascunho do meu corpo
de carvão
superposto
na paisagem amarrotada
da cidade.
Aqui estão os rótulos
rasgados do meu rosto
as máscaras
as marcas
as letras do meu nome
com todos os erres
com todos os erros
em garranchos
pichados no cimento
nos cartazes
e nas caligrafias de néon:
Motel de Mel Não há Vagas