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Bom, este negócio está talvez confuso para você que não tem
acompanhado meu trabalho ultimamente. Não paro aqui. Poderia
desenvolver um raciocínio verbal que justificasse minha descoberta óbvia
+ emocional em uma obra imediata – não quero.
Decido-me por enquanto escolhendo o espaço para habitar, o vazio a
vertigem sem obra tangível, até atue a verdadeira necessidade me inova
para meu próximo trabalho.
Conto dos outros.
O Salão
1
– de escândalo em escândalo inaugurou-se o salão premiado:
Antônio MAIA e o arquiteto [Francisco] BOLONHA! Depois ainda:
NOGUEIRA DA GAMA e FARNESE...
Imagina você como anda o MAM! Parecem impugnar o júri: recitam para
premiar: [Carlos] VERGARA – RAIMUNDO [Colares] E DILENY [Campos] e
gravura NEWTON CAVALCANTI -- : O WALMIR AYALA TENTA CULPAR O
[Marcelo] GRASSMAN[n] – ESTE PUBLICA A ATA E SUJA O [Antonio] BENTO
E O WALMIR [Ayala]. SEGUEM ALGUNS RECORTES (NÃO MANDO OS DO
CORTE MEU, POIS QUERO GUARDAR, SAÍRAM TAMBÉM ALGUNS) MANDO
OS DOS PRÊMIOS esta feira cada dia + burra!
Sigo meu trabalho.
Quando esta folha por achar assim que a pesquisa filosófica minha
recebe quase por imediato a resposta sua quero porém deixar claro que
a minha é “pesquisa” e portanto vaga ainda – porém foi importante. Um
abraço forte, Theresa.
1
No Salão Nacional de Arte Moderna (MAM-RJ, 1969), o júri, formado pelo artista Marcelo
Grassmann e os críticos de arte Antonio Bento e Walmir Ayala, premiou Antônio Maia (pintura) e
Francisco Bologna (arquitetura com a viagem ao exterior e José Carlos Nogueira da Gama (pintura)
e Farneses de Andrade (desenho) com a viagem nacional. (N.O.).